"OS ILUMINADOS"

O propósito da pseudo-intelectualidade vigente neste início do século XXI, ao contrário de outros períodos da história, é o interesse em agradar ao gosto das massas, em pertencer às massas, em não criticar os desejos das massas, em promover a massificação do gosto, das ideias, dos desejos, ao mesmo tempo que definem critérios para se auto nomearem os eleitos da sabedoria, os “Iluminados” (indivíduos aparentemente cultos, inconformados, pensadores e futuristas, são pelo contrário seres sociais frustrados, com traços vincados de pedantismo medíocre).

O entretenimento tem, legitimamente, o propósito de entreter, agradar as massas, de se assumir perante o outro como uma manifestação colorida e bem-disposta. Mas a Criação Artística, legitimamente, tem a vontade de se impor a si própria, a um nível elevado de conhecimento, direccionando-se para uma pesquisa e interrogação constante do saber.

A Criação enquanto manifestação da experimentação artística ou meio de intervenção social e cultural, é um dos pilares do saber, que os ditos “iluminados” empurram para um esgoto sem fundo. Os mesmos “iluminados” afirmam, disfarçadamente, que é necessário tornar a criação num show consumível pelas massas, conduzindo-a para o mesmo compartimento do entretenimento. Numa analogia directa, deveriam os “Iluminados” analisar a Criação Científica em contraponto com os produtos massificados da Tecnologia.