Ela há-de chegar!
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Ela há-de chegar, tarde ou cedo, ela há-de chegar. Para a sua chegada hei-de preparar uma vernissage, vinho verde, camarões e uvas, jazz, ópio e poemas malditos. Terei para a sua chegada uma cama quente, coberta com lençóis de seda vermelhos, e fantasias exóticas. A noite será quente, louca, longa. Estaremos rodeados de velas em todos os cantos do quarto. Um fato preto trarei vestido. Uma cereja na boca. Um copo de cianeto na mão direita. Na mão esquerda: um cigarro, claro! Para a atraiçoar beberei. Primeiro um café. Depois o cianeto. Beberei rapidamente, antes de ela chegar. Mas a outra – a vida, diz-me sempre ao ouvido: Ela há-de chegar, tarde ou cedo, ela há-de chegar. |
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